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Fdeandrea Atividade Física e Saúde

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Musculação na infância e adolescência

Vários estudos com crianças e adolescentes têm demonstrado o benefício da atividade física no estímulo ao crescimento e desenvolvimento, prevenção da obesidade, incremento da  massa óssea, aumento da sensibilidade à insulina, melhora  do perfil lipídico, diminuição da pressão arterial, desenvolvimento da socialização e da capacidade de trabalhar em  equipe (1). Também é conhecido o fato de que a atividade física realizada de forma imprópria, em desacordo com a idade, com o desenvolvimento motor e com o estado de saúde, apresenta riscos de lesões como: trauma, osteocondrose, fratura e disfunção menstrual (2).
Profissionais de saúde são questionados frequentemete quanto aos efeitos positivos do exercício físico sobre o crescimento de seus filhos. Embora muito se especule a esse respeito, existem poucos trabalhos que sustentem tal afirmação. Isso se deve principalmente à diversidade de fatores que tornam difíceis os estudos comparativos nesta área como, por exemplo, dificuldade de interpretar o impacto dos esportes na adolescência em virtude dos diferentes estágios puberais; grau de restrição dietética utilizada em alguns treinamentos e grande número de atividades físico-desportivas potenciais e suas variadas formas (intensidade, freqüência) de prática (3).
O treinamento resistido (musculação) para crianças e adolescentes infelizmente ainda é um tema muito controverso para muitos profissionais da saúde, como médicos e educadores físicos. A causa dessa controvérsia deve-se justamente ao fato de alguns desses profissionais estarem desatualizados com relação a esse tema, pois nos últimos anos muitas pesquisas têm demonstrado os verdadeiros efeitos de um programa de força para crianças e adolescentes. Os estudos mais antigos constantemente questionavam a segurança e eficiência de um treinamento de força para essa faixa etária, mas novas evidências têm indicado que tanto crianças quanto adolescentes podem aumentar a força muscular em conseqüência de um treinamento de força (4).

Os riscos de um treinamento de força bem orientado e individualizado são praticamente nulos, já que nenhum tipo de lesão foi reportado em estudos supervisionados de forma competente, ou seja, estudos bem delineados, conduzidos por instrutores qualificados e planejados de forma específica para a idade (5).
Um programa de exercícios bem elaborado, individualizado, adequadamente supervisionado, com ênfase à boa técnica de execução dos movimentos, feitos por um profissional qualificado, torna a sua realização praticamente isenta de riscos (6).
Entre muitos benefícios Santarém (7) destaca os principais efeitos do treinamento de força ao adolescente:
1)  Aumento do metabolismo basal;
2)  Diminuição da perda de massa muscular;
3)  Redução do percentual de gordura;
4)  Diminuição das dores lombares;
5)  Melhora da qualidade do sono;
 6)  Minimização da ansiedade e da depressão;
 7)  Prevenção de doenças cardiovasculares;
8)  Controle do Diabetes;
9)  Redução dos sintomas de artrite-reumatóide; 10) Diminuição de riscos de quedas e fraturas;
11)  Controle da pressão arterial;  
12) Combate à osteoporose;
13) Melhora da confiança e da auto-estima;
14) Melhora das capacidades mentais;
15)  Redução dos níveis de LDL (colesterol ruim) e aumento do HDL (colesterol bom);
16)  Previne varizes;
 17)  Melhora da auto imagem;
18)  Previne lesões;
19) Corrige e minimiza a má postura;
20) Auxilia no combate à obesidade.

Conclusão:
Os benefícios da atividade física durante a infância e adolescência surtirão efeitos na vida adulta. Portanto, a construção desse hábito deve se dar na escola, estimulados principalmente através das aulas de educação física, e em casa com o incentivo dos pais (8).
Centenas de estudos foram publicados nos últimos anos apoiando a prática de musculação em crianças, adolescentes e em qualquer faixa etária. Vários benefícios são constantemente relatados, enquanto raramente são identificados efeitos deletérios do exercício resistido, mesmo em crianças pré-púberes. Os dados acima expostos e as centenas de estudos publicados definitivamente desmistificam os efeitos negativos do treinamento de musculação na infância e adolescência (9). 




Referências:
1-      Broderick CR, Winter GJ, Allan RM. Sport for special groups. Med J Aust 2006;184:297-302.
2-      Stafford DE. Altered hypothalamic-pituitary-ovarian axis function in young  female athletes. Treat Endocrinol. 2005;4:147-54.
3-      Silva CC, Goldberg TB, Teixeira AS, Marques I. Does physical exercise increase or compromise children’s and adolescent’s linear growth? Is it a myth or truth? Rev Bras Med Esporte 2004;10:520-4.
4-      GUY JA; MICHELI LJ Strength training for children and adolescents. J Am Acad Orthop Surg; 9(1):29-36, 2001 Jan-Feb .
5-      FAIGENBAUM AD, LOUD RL, O'CONNELL J, GLOVER S, O'CONNELL J, WESTCOTT WL. Effects of different resistance training protocols on upper-body strength and endurance development in children. J Strength Cond Res. 2001 Nov;15(4):459-65.
6-      Faigenbaum AD, Corbin CB, Pangrazi RP et al. Youth resistance training. Research Digest President's Council on Physical Fitness and Sports 2003;4(3):1-8.
7-      SANTARÉM, J. M.Treinamento de força e potencia. In: GHORAYEB, N. ; BARROS, T. L. de (Org.). O exercício. São Paulo: Atheneu, 1999, p. 35-50.
8-      SIMÃO, R. Treinamento de força na saúde e qualidade de vida. São Paulo: Phorte, 2004.
9-      Fischer, B. Parecer técnico sobre o treinamento de musculação durante a infância e adolescência. http://www.gease.pro.br/artigo_visualizar.php?id=206