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Fdeandrea Atividade Física e Saúde

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Alerta: Anabolizantes

 
Os hormônios esteróides anabólicos androgênicos (EAA) compreendem a testosterona e seus derivados. Eles são produzidos nos testículos e no córtex adrenal, e promovem as características sexuais secundárias associadas à masculinidade. Na medicina, os EAA são utilizados geralmente no tratamento de sarcopenias, do hipogonadismo, do câncer de mama e da osteoporose. Nos esportes, são utilizados para o aumento da força física e da massa muscular; entretanto, os efeitos sobre o desempenho atlético permanecem, ainda, controversos. Os EAA podem causar diversos efeitos colaterais, como psicopatologias, câncer de próstata, doença coronariana e esterilidade. Estudos epidemiológicos apontam a problemática acerca do uso de EAA, nos esportes (1).

Conceito de esteróides anabolizantes
Os hormônios esteróides são produzidos pelo córtex da supra-renal e pelas gônadas (ovário e testículo). Os esteróides anabolizantes ou esteróides anabólico-androgênicos (EAA) referem-se aos hormônios esteróides da classe dos hormônios sexuais masculinos, promotores e mantenedores das características sexuais associadas à masculinidade (incluindo o trato genital, as características sexuais secundárias e a fertilidade) e do status anabólico dos tecidos somáticos (2). Os esteróides anabólicos incluem a testosterona e seus derivados (3). Entretanto, alguns autores referem os esteróides anabolizantes como os derivados sintéticos da testosterona (4) que possuem atividade anabólica (promoção do crescimento) superior à atividade androgênica (masculinização) (5).

Efeitos colaterais

Efeitos colaterais do uso abusivo de esteróides: tremores, acne grave, retenção de líquidos, dores nas juntas, aumento da pressão sangüínea, alteração do metabolismo do colesterol – diminuindo o HDL (a boa forma do colesterol) e aumentando o LDL com aumento do risco de doenças coronarianas, alterações nos testes de função hepática, icterícia e tumores no fígado, policitemia, exacerbação da apnéia do sono, estrias e maior tendência às lesões do aparelho locomotor, pois as articulações não estão aptas para o aumento de força muscular. Além desses, aqueles que se injetam ainda correm o perigo de compartilhar seringas e contaminar-se com o vírus da AIDS ou hepatite (6).
No homem: diminuição ou atrofia do volume testicular, redução da contagem de espermatozóides, impotência, infertilidade, calvície, desenvolvimento de mamas, dificuldade ou dor para urinar, aumento da próstata e ginecomastia nem sempre reversível (6).
Na mulher: crescimento de pêlos com distribuição masculina, alterações ou ausência de ciclo menstrual, aumento do clitóris, voz grossa e diminuição de seios (atrofia do tecido mamário) (6).  
No adolescente: maturação esquelética precoce com fechamento prematuro das epífises ósseas, baixa estatura e puberdade acelerada, levando a um crescimento raquítico (6).
São ainda descritos quadros psiquiátricos associados ao uso dos EAA. Na vigência do uso: psicoses ou sintomas psicóticos, mania ou hipomania, ansiedade e/ ou pânico e comportamento violento. Na retirada da droga podem ocorrer quadros depressivos.8 Alguns trabalhos avaliam a dependência a EAA . A insatisfação com a imagem corporal é citada como um fator que predisporia os usuários à dependência. Não há dados de prevalência de dependência de EAA. Também se  menciona o consumo pesado de álcool (mais de uma vez por semana) como associado ao uso de EAA entre adolescentes (7).

Conclusão
Os EAA são drogas de uso exclusivo na medicina para o tratamento de diferentes tipos de patologias, causando melhoria das condições da saúde do paciente, quando administrados corretamente (1).
As publicações referentes ao uso de EAA nos esportes causam resultados, na maioria das vezes, benéficos do desempenho, como a hipertrofia muscular e o aumento da força física. Mas alguns estudos demonstram que tais resultados podem estar relacionados simplesmente à retenção de fluidos corporais, efeitos comportamentais e placebo (1).
Os efeitos colaterais tornam-se evidentes quando os atletas fazem o mau uso dos EAA (abuso), ou seja, utilizam estas drogas em concentrações acima da recomendável terapeuticamente, provocando muitas vezes danos irreversíveis à saúde física e mental (1).
Cabe aos profissionais da saúde; médicos, profissionais de Educação Física e nutricionistas; alertar, orientar e esclarecer sobre os efeitos do EAA, no organismo de seu cliente deixando-o ciente dos perigos há que estarão submetidos em sua opção de em alguma ocasião utilizá-los.

Referências
1 – Czepielewski,M.A. Esteróides anabolizantes no esporte. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 8, Nº 6 – Nov/Dez, 2002.
2 - Handelsman DJ. Androgen action and pharmacologic uses. In: De Groot LJ, Jameson JL, editors. Endocrinology. Philadelphia: Saunders, 2001; 232-42.
3 - Ferrera PC, Putnam DL, Verdile VP. Anabolic steroid use as the possible precipitant of dilated cardiomyopathy. Cardiology 1997;88:218-20.
4 - Hoberman JM, Yesalis CE. The history of synthetic testosterone. Sci Am 1995;272:60-5.
5 - Su T, Pagliaro M, Schmidt PJ, Pickar D, Wolkowitz O, Rubinow DR. Neuropsychiatric effects of anabolic steroids in male normal volunteers. JAMA 1993;269:2760-4.
6 - Ribeiro, PCP. Alerta: Os riscos dos esteróides anabolizantes. Boletim da Associação Mineira de Adolescência, Belo Horizonte, 1999.
7 - Brower KJ, Blow FC, Young JP, Hill EM. Symptoms and correlates of anabolic-androgenic steroids dependence. Br J Addict 1991;86(6):759-68.



domingo, 6 de fevereiro de 2011

“Motivos que levam o idoso a aderir a um programa de atividade física”




Conforme  apontam vários estudos, existe uma correlação positiva entre atividade física e a saúde do idoso (1). No entanto, apesar do conhecimento acerca da importância da atividade física na vida dos indivíduos, grande parte da população mantém um estilo de vida sedentário, inclusive os idosos.
A atividade física vem sendo apontada como um dos fatores comportamentais que contribui para um envelhecimento saudável, prevenção da morbidade e mortalidade em idosos (2), uma vez que reduz o risco de doenças coronárias, diabetes, osteoporose e hipertensão, entre outras (3); atuando positivamente na saúde mental (4) e na prevenção de quedas (5).
Sobre o sedentarismo entre os indivíduos idosos podemos verificar que em um estudo realizado pelo Ministério da Saúde (6), em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal, ficou constatado que 53,7% dos homens idosos e que 58,3% das mulheres idosas são fisicamente inativos (7).
Freitas (8) ressalta que há evidências demonstrando o efeito benéfico de um estilo de vida ativo, na manutenção da capacidade funcional e da autonomia física durante o processo de envelhecimento, minimizando a degeneração provocada pelo envelhecimento e, assim, propiciar uma melhoria geral na saúde e qualidade de vida.
Gáspari & Schwartz (9), constataram que indivíduos idosos procuram atividades de lazer para diversão, ampliação do rol de amizades, conhecimento de lugares novos, convivência e troca de experiências de vida com outras pessoas.
A adesão à atividade física diminui com o passar da idade, a partir da adolescência e da idade adulta jovem, caracterizada por volta dos cinqüenta anos. Esse declínio continua com proporções maiores de não-adesão em ambos os sexos aos oitenta anos. Há indicativos de que mulheres idosas alegam estereótipos para se tornar sedentárias, acreditando que é inapropriado ou perigoso serem fisicamente ativas, por causa do declínio físico e da percepção de estarem muito velhas (10).
A partir do momento que o idoso começa a participar de um programa de exercício físico, pode-se identificar um passo significativo para uma mudança positiva de comportamento. Porém, são necessários esforços por parte dos gestores e professores do programa para evitar o abandono/desistência, uma vez que há registros de desistência significativamente altos nos programas de exercício físico e/ou reabilitação, especialmente, nos primeiros três a cinco meses (11).

  Debert (12)  entende que a atividade física para o idoso representa uma forma de negar o envelhecimento, pois para os velhos manter a capacidade de autonomia e independência é essencial para os sentimentos positivos em relação à auto-estima. Siqueira(13) acredita que as pessoas na velhice devem manter os mesmos níveis de atividade dos estágios anteriores da vida adulta, substituindo papéis sociais perdidos com o processo de envelhecimento por novos papéis, de modo que o bem-estar na velhice seria resultado do incremento dessas atividades.
 Concluindo temos que a manutenção da capacidade funcional dos idosos é um dos fatores que contribuem para uma melhor qualidade de vida dessa população. Nesse sentido, a prática de atividades físicas é um importante meio para se alcançar esse objetivo, devendo ser estimulada ao longo da vida. Especificamente nessa faixa etária, deve-se priorizar o desenvolvimento da capacidade aeróbica, flexibilidade, equilíbrio, resistência e força muscular de acordo com as peculiaridades dessa população, de modo a proporcionar uma série de benefícios específicos à saúde biopsicossocial do idoso (14).
Assim sendo, se faz necessário compreender mais detalhadamente os fatores associados às práticas de atividades físicas, para a elaboração de estratégias específicas de intervenção promovendo a adesão dessa população a essas atividades.
REFERÊNCIAS
1-    AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position stand on exercise and physical activity for older adults. Medicine and Science in Sports Exercise,v.30,n.6,p.992-1.008,1998.Disponívelem: http://www.acsm.org/AM/Template.cfm?Section=Past_Roundtables&Template=/CM/ContentDisplay.cfm&ContentID=2836.
2-    BOOTH, F.W., GORDON, S.E., CARLSON, C.J., HAMILTON, M,T. (2000) "Waging war on modern chronic diseases: primary prevention through exercise biology". Journalof Applied Physiology. v.88, n.2, p. 774-787. 
3-    BOUCHARD, C. & DESPRES, J. (1995). "Physical activity and health: Atherosclerotic, metabolic and hypertensive diseases". Research Quarterly for Exercise and Sport. Vol. 66, p. 268-275.  
4-    NETZ, Y., WU, M. J., BECKER, B. J., & TENENBAUM, G. (2005). "Physical activity and psychological well-being in advanced age: A meta-analysis of intervention studies". Psychology and Aging. Vol. 20, p. 272-284.
5-    BARNETT, A., SMITH, B., LORD, S. R., WILLIAMS, M., & BAUMAND, A. (2003) "Community-based group exercise improves balance and reduces falls in at-risk older people: A randomised controlled trial". Age and Ageing. Vol. 32, p. 407-414.
6-     BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigitel Brasil 2007: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico.Brasília,2008.Disponívelem:.
7-    Barboza Eiras, Hey Alexandre da Silva, Lange de Souza, Vendruscolo. “FATORES DE ADESÃO E MANUTENÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA POR PARTE DE IDOSOS”. Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 31, n. 2, p. 75-89, janeiro 2010.
8-    FREITAS, C.M.S.M. SANTIAGO, M.S. VIANA, A.T. LEÃO, A.C. FREYRE, C. Aspectos motivacionais que influenciam a adesão e manutenção de idosos a programas de exercícios físicos. Rev. Bras.Cineantropom. Desempenho Hum. 2007;9(1):92-100.
9-    DE GASPARI, J. C.; SCHWARTZ, G. M. O idoso e a ressignificação emocional do lazer. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 21, n.1, p.69-76, jan-abr 2005.
10-                      ANDREOTTI, M. C.; OKUMA, S. S. Perfil sóciodemográfico e de adesão inicial de idosos ingressantes em um programa de educação física. Revista da Universidade de São Paulo, 2003.
11-                      RAMOS, J.H. (2001). "Determinantes de adesão, manutenção e desistência de um Programa de prevenção e reabilitação cardiovascular". Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. v. 3, no. 1, p. 112.
12-                      DEBERT, G. G. A reinvenção da Velhice: Socialização e Processos de Reprivatização do Envelhecimento. Editora da Universidade de São Paulo: Fapesp, 1999.
13-                      SIQUEIRA, M.E.C. Teorias Sociológicas do Envelhecimento. "Tratado de Geriatria e Gerontologia", FREITAS, E. V. et al (org.). Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2002.
14-                      Maciel , M.G. A Atividade Física e a funcionalidade do idoso.Motriz, Rio Claro, v.16 n.4, p.1024-1032, out./dez. 2010