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Fdeandrea Atividade Física e Saúde

domingo, 1 de abril de 2012

“EQUILÍBRIO E ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSOS”

Com o aumento da expectativa de vida da população e dos altos custos financeiros com o tratamento de doenças prevalentes na velhice, as intervenções dirigidas aos idosos devem estar voltadas para os aspectos preventivos e não curativos. Dentre essas intervenções profiláticas, aquelas relacionadas à manutenção do equilíbrio e prevenção de quedas através de exercícios físicos, ocupam lugar de destaque, embora não exista consenso nos resultados (1). Exercícios envolvendo habilidades de equilíbrio parecem ser mais efetivos do que exercícios usuais, porém há limitações de evidências na literatura para efeitos duradouros (2).

Alterações do equilíbrio e quedas

    O equilíbrio é habilidade de alinhar os segmentos do corpo contra a gravidade para manter ou mover o corpo (centro de massa) dentro da base de suporte disponível, sem cair; habilidade de mover o corpo em equilíbrio, sob a ação da gravidade, mediante a interação dos sistemas sensorial e motor. (3).

    O sistema vestibular é referencial absoluto na manutenção do equilíbrio. Seu déficit funcional pelo envelhecimento resulta em alterações no equilíbrio e aumento na possibilidade de queda, portanto aqueles que têm maior dificuldade para realizar mais de uma atividade física rotineira, como tomar banho, andar ou comer, também apresentam maior probabilidade (4) associada a outros fatores como doenças, uso inadequado de alguns medicamentos, diminuição na mobilidade e da força muscular geral, e a presença de obstáculos ambientais, também levam a uma alta prevalência (5,6).

    As quedas constituem importante problema de saúde pública devido à sua incidência e às complicações para com a saúde e aos altos custos assistenciais e quando sucessivas podem resultar em institucionalização, podendo ter como causa fatores extrínsecos, aqueles ligados ao ambiente onde vivem os idosos, ou intrínsecos, fatores próprios do envelhecimento como as alterações do sistema músculo esquelético e sistema sensorial (7).

    No Brasil, a participação das quedas na mortalidade proporcional por causas externas cresceu de 3% para 4,5% de 1984 a 1999, elas têm relação causal com 12% de todos os óbitos na população geriátrica, são responsáveis por 70% das mortes acidentais em pessoas idosas (8), ocorrendo também frequentemente em instituições, sendo observada uma incidência média anual descrita de 140 por 100 pacientes-ano em casas de repouso (9).

    A prevalência e ainda quedas recorrentes foi encontrada na população idosa, avaliada em estudos realizados, e a frequência é ainda maior em mulheres do que em homens da mesma faixa etária (10).

Atividade Física

  Com o processo de reação mais lento e a redução na força muscular o idoso tem uma predisposição a quedas, então devem ser indicados a eles exercícios físicos de fortalecimento (11).

 Segundo SPIRDUSO (12), o treinamento dos mecanismos de equilíbrio aumenta a autoconfiança das pessoas mais idosas, melhora as suas capacidades funcionais e, consequentemente, sua mobilidade. Por isso, melhorar o desempenho em tarefas do dia-a-dia que demandam equilíbrio é fundamental para o acompanhamento e diagnóstico de possíveis alterações do equilíbrio em pessoas idosas.
Condições aliadas ao envelhecimento como a redução da massa óssea, a perda de massa muscular e o déficit de equilíbrio, são considerados como fatores de risco para possíveis quedas e fraturas (13). Aproximadamente 30% dos indivíduos com mais de 65 anos de idade caem ao menos uma vez por ano, estas quedas ocorrem em parte, em função das limitações fisiológicas de equilíbrio, força, visão e tempo de reação (14).
Acredita-se que programas de atividade física são eficientes na melhora das reações posturais estáticas e dinâmicas e para reduzir a frequência de quedas em indivíduos de idade avançada (15).



Conclusão

Com uma simples modificação nos hábitos de vida, ou seja, fazer exercícios físicos pode levar a uma velhice mais tranquila, e aumentando os níveis de força, potência e equilíbrio levarão a qualidade de vida fundamental para a independência física, propiciando diminuição no risco de quedas, que poderiam vir a comprometer a saúde, diminuindo assim a capacidade de realizar tarefas cotidianas e essenciais na vida de qualquer pessoa (16).


Referências

1-      PEREIRA, M.M.; GOMES, L.; OLIVEIRA, R.J. Síncopes e quedas na prática do Tai Chi Chuan em idosos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 12, n. 112, 2007.
2-      BAKER, M. K.; ATLANTIS, E.; FIATARONE, M.A. Multi-modal exercise programs for older adults. Age and Ageing, v 36, p 375-381, 2007.
3-      KISNER, C.; COLBY, L.A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 3.ed. São Paulo: Manole, 1998.
4-      CASTRO, I.A., Primeiro estudo no país mostra perfil do idoso "caidor". UNIFESP.
5-      BRITTO, R.R., SANTIAGO, L., Elisa,P., PEREIRA L.S.M, Efeitos de um programa de treinamento físico sobre a capacidade funcional de idosos institucionalizados, UNATI, Rio de Janeiro , v.8 n.1, 2005.
6-      FERRACINI, M.R., RAMOS, L.R., Fatores associados a quedas em uma coorte de idosos residente na comunidade. Revista Saúde Pública, V.36, N.6,2002.
7-      ORONDINO, J.A.S,OLIVEIRA,A.T., Incidência e causa de quedas em idosos institucionalizados. Anais do III Encontro de Iniciação Científica FAMINAS, vol.3,Nº1 suplemento 1, Jan-Abr,p.190, Muriaé, p.163, 2006.
8-      PEREIRA, S.R.M., BUKSMAN,S., PERRACINI, M. P.Y. L., BARRETO K.M.L., LEITE V.M.M. Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina: Quedas em Idosos. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2001.
9-      NETTO, M. P., BRITO, F.C. Urgências em geriatria, São Paulo, Atheneu, 2001.
10-  GAZZOLA,.J.M., PERRACINI, M.R.,GANANÇA, M.M.,GANANÇA, F.F., Fatores associados ao equilíbrio funcional em idosos com disfunção vestibular crônica, Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, Vol. 72 Ed. 5 - Setembro - Outubro - (16º), Ano: 2006.
11-  PADOIN, P.G; GONÇALVES, M.P; COMARU T; SILVA,A,M,V; Análise comparativa entre idosos praticantes de exercício físico e sedentários quanto ao risco de quedas. O mundo da saúde, São Paulo, 2010;34(2); 158-164.
12-  SPIRDUSO, W.W. Equilíbrio, Postura e Locomoção. Dimensões Físicas do Envelhecimento, ed Manole, São Paulo, p 168 – 199, 2005.
13-  AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, position stand. Osteoporosis and exercise. MedSci Sports Exerc. 1995; 27(4): i-vii.
14-  GUIMARÃES, J.N.T e FARINATI, P. Análise descritiva de variáveis teoricamente associadas ao risco de quedas em mulheres idosas Rev Bras Med Esporte  Vol. 11, Nº 5 – Set/Out, 2005.
15-  BROWN, M.; MISHICA, G. Effect of habitual activity of age-related decline in muscular performance: A study of master athletes. The Gerontologist. 29: 257, 1989.
16-  FERREIRA, Paulo Henrique. Musculação e hipertensão arterial. Jornal da musculação e fitness. São Paulo: Cnb, n.67, jul. 2007