Introdução:
A obtenção de equilíbrio
nas estruturas que compõem a pilastra de sustentação humana (coluna vertebral),
evitando quadros dolorosos a ela relacionados, não se constitui em tarefa
fácil, devido principalmente às constantes mudanças de posturas realizadas
diariamente pelo homem, expondo sua estrutura morfofuncional a uma série de
agravos.
Um desequilíbrio mecânico
das estruturas da coluna vertebral atua como fator nocivo sobre elas mesmas.
Todas as estruturas que compõem a unidade anátomo-funcional do segmento lombar
apresentam inervação nociceptiva, com exceção do núcleo pulposo e de algumas
fibras do anel fibroso (1).
As estruturas
músculo-articulares são responsáveis pelo antagonismo das ações mecânicas da
coluna: eixo de sustentação do corpo e, ao mesmo tempo, eixo de movimentação (2).
A falta ou excesso de esforço físico nessas estruturas facilmente acarretará
danos à mecânica do ser humano em seus componentes osteomioarticulares.
Podemos definir a lombalgia como sendo um
sintoma referido na altura da cintura pélvica, podendo ocasionar proporções
grandiosas. O seu diagnóstico pode ser considerado simples, pois geralmente o
quadro clínico da lombalgia é constituído por dor, incapacidade de se
movimentar e trabalhar (3).
Os principais fatores envolvidos na
"síndrome da dor lombar" são a fraqueza muscular, principalmente na
região adbominal e a baixa flexibilidade articular no dorso e nos membros
inferiores. Os exercícios de força e flexibilidade são comumente prescritos
para prevenir e reabilitar um indivíduo com esta patologia (4).
A dor pode surgir em
decorrência de movimentos comuns, após espirro, exercícios, esforços violentos,
traumas ou até mesmo por causas extrínsecas não relacionadas com a coluna
lombar (5).
As principais causas de
dor lombar são:
·
Postura viciosa
·
Aumento do peso corporal tais como obesidade,
gravidez, ptose abdominal.
·
O uso constante de saltos altos é na realidade
uma agressão, tanto para os pés como para a coluna vertebral
·
Desequilíbrios musculares
·
Fraqueza dos músculos retroversores da pelve
·
Aumento da tensão dos músculos psoas, ilíaco,
reto femoral, tensor da fáscia lata e eretores da espinha (6).
SEDENTARISMO E LOMBALGIA:
Apesar de numerosas causas e fatores de risco que
estão relacionados com a lombalgia, vários pesquisadores a caracterizam como
uma doença de pessoas com vida sedentária; a inatividade física estaria
relacionada direta ou indiretamente com dores na coluna; a maior parte da
atenção dirige-se a considerá-la um subproduto da combinação da aptidão músculo-esquelético
deficiente e uma ocupação que force essa região (7).
A vulnerabilidade corresponde a quanto à doença
pode ser controlada com a adoção de medidas apropriadas; a lombalgia pode
resultar de uma só causa, ou de várias, e podem existir significativas
correlações entre elas. A maioria das lombalgias é freqüentemente atribuída a
fatores mecânicos, ou seja, relacionados com posições inadequadas, repetitivas,
assumidas no dia-a-dia, associados às deficiências musculares (8).
Não é difícil observar que níveis irrisórios de
aptidão física são comuns no estilo de vida sedentário e em algumas atividades
profissionais, nas quais raramente há necessidade de esforços físicos. Níveis
adequados de aptidão física podem contribuir na postura corporal durante as
funções diárias com economia de energia sem exceder o limite tolerável músculo
- articular (9).
Déficits de força muscular associada a lombalgias
crônicas ocorrem em função de que a atrofia muscular resultante leva a sobrecarga
de outras estruturas lombares, bem como a diminuição da coordenação do correto
movimento a ser realizado pelas estruturas osteomioarticulares, nos esforços de
levantamento de peso nas atividades diárias (10).
Músculos fracos atingem a condição isquêmica
e de fadiga mais facilmente que músculos fortes, aumentando as probabilidades
de lesões e dificultando manter a coluna em seu alinhamento adequado. Déficits
de força muscular associada a lombalgias ocorrem em função de que a atrofia
muscular resultante leva à sobrecarga de outras estruturas lombares, bem como a
diminuição da coordenação do correto movimento a ser realizado pelas estruturas
osteo-mio-articulares. Existe uma relação direta entre quantidade de estímulos
nocivos inibitórios da função muscular e a força muscular disponível. Portanto,
a diminuição da força seria provavelmente relacionada à dor. Exercícios
adequados podem estimular o restabelecimento que irá diminuir a inibição
muscular e aumentar a força do músculo (11).
A atividade física leva a uma melhora nos
principais fatores envolvidos na síndrome da dor lombar que são a fraqueza
muscular, principalmente na região abdominal e a baixa flexibilidade articular
no dorso e nos membros inferiores. A prática contínua e bem orientada de exercício
físico contribui para uma melhor postura e menor incidência de dores lombares.
Alguns estudos apontam que exercícios com foco na estabilização da coluna
lombar, envolvem o fortalecimento e o alongamento muscular de forma a
re-equilibrar as tensões das cadeias musculares que atuam no complexo
lombo-pélvico. Porém não há um consenso na literatura sobre o tipo específico
de treinamento que proporcione maiores benefícios e com resultados mais
duradouros para indivíduos com dor lombar (12).
Conclusão:
Podemos concluir que a prática de atividade
física contínua e bem orientada contribui para uma melhor postura e menor
incidência de dores lombares.
De modo geral, a relação custo-benefício do exercício físico
na promoção da saúde justifica o abandono imediato do sedentarismo, sendo
perfeitamente promissora a implementação de programas de exercícios nos mais
diversos segmentos da população. As evidências são favoráveis aos indivíduos
com melhores níveis de aptidão física, no sentido de manterem menor dispêndio de
esforço físico em determinada carga de trabalho. Os exercícios globais de fortalecimento da musculatura do
cinturão pélvico são os mais indicados na reabilitação e na prevenção das dores
lombares. Assim sendo, a prática de exercícios físicos regulares e
supervisionados com ênfase na correta execução dos movimentos são importantes
para uma vida mais saudável e sem lombalgias.
Referências:
1-
Cecin HA, Molinar MHC, Lopes MAB, Morickochi
M, Freire M, Bichuetti JAN. Dor lombar e trabalho: um estudo sobre a
prevalência de lombalgia e lombociatalgia em diferentes grupos ocupacionais.
Rev Bras Reumatol 1991; 31:50-6.
2-
Knoplich J. Enfermidades da coluna
vertebral. 2ª ed. São Paulo: Panamed, 1986.
3-
Bernard C. Lombalgia e lombociatalgias em
medicina ocupacional. Revista Brasileira de Medicina 1993; 50:3-9.
4-
KATCH, I. F.; MCARDLE, D. W. Nutrição
Exercício e Saúde 4a edição editora Médica e Cientifica Medsi 1996.
5-
LEITÃO, A.; LEITÃO, A.V. - Clínica de
Reabilitação 1a edição editora Atheneu 1997.
6-
MIRANDA, E. Bases de Anatomia e
Cinesiologia 2a edição editora Sprint 2000.
7-
Nieman DC. Exercício e saúde. São Paulo:
Manole, 1999.
8-
Antônio SF, Szajubok JCM, Chahada WH.
Lombalgias e lombociatalgias: como diagnosticar e tratar. Revista Brasileira de
Medicina 1995; 52. Especial: 85-102.
9-
Achour Jr A. Estilo de vida e desordem na
coluna lombar: uma resposta dos componentes da aptidão física relacionada à
saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde 1995; 1:36-56.
10-
Cheren AJ. A coluna vertebral dos
trabalhadores: alterações da coluna relacionadas com o trabalho. Arquivos
Catarinenses de Medicina 1992; 21:139-48.
11-
Toscano JJO, Egypto EP. A influência do
sedentarismo na prevalência de lombalgia. Rev Bras Med Esporte 2001;
7(4): 132-137.
12-
Jesus GT, Marinho ISF. Causas de lombalgia
em grupos de pessoas sedentárias e praticantes de atividades físicas. Lect
EF Deportes Rev Dig. [Periódico on line] 2006; 10(92).
Nenhum comentário:
Postar um comentário